quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Como estragar um poema com falsos versos

Pegue uma história de amor impossível
Junte os sentimentos únicos, aqueles inexplicáveis

Não deixe de lado os beijos
Dos calmos, que fazem sentir lentamente cada curva dos lábios
Aos intensos, que ao final nos fazem perguntar o que foi isso

Jogue por cima as cartas, os bilhetes e as conversas
Aquelas que se guarda na gaveta, na memória, no coração
Aquelas cheias de sorrisos, cheias de porques e também de reticencias

Lembre-se dos abraços, aqueles que pareciam verdadeiros
Aqueles que pareciam diferentes de tudo, que pareciam

Pegue todos os mais loucos momentos
Os momentos de quase amanhecer, de quase ser, de quase entender
Os tantos adeus, os tantos recomeços, os muitos desejos

E por fim, não deixe de lado os olhares
Olhares que derrubavam qualquer certeza, qualquer coerência
Talvez fossem eles a certeza de que havia algo mais

Junte tudo isso ao acaso ou ao temido destino
Junte tudo ao momento errado na hora errada
Junte cada detalhe da história a mentira

Pegue tudo que era bom e rasgue com palavras duras
Rasgue o que era doce com a força da frieza
Apague tudo que existiu com apenas um pouco de pouco caso

E então conseguirá, com poucas linhas estragar uma grande história

Como estragar um poema com poucos versos?
Simples, espere os poemas acabarem pra ver quem está por trás das máscaras...
E assim todas as tristes linhas acontecerão naturalmente.

Nenhum comentário: